sábado, 28 de agosto de 2010

Os cuidados na hora de doar um animal

" eu sou uma pessoinha engraçada , então procuro um cachorrinho engraçado ...você tem algum?"
Um belo dia você vê aquela criaturinha na rua , imunda, cheia de pulgas e doentinha . Não resiste e leva para casa . Dá banho , remédios , comida, amor e carinho . O olhar triste dá lugar à rabinhos abanantes , pulinhos e lambidas .O cachorrinho finalmente está curado , prontinho para ganhar uma nova família . E mais do que isso, ele ganhou o seu amor . Depois de tanto cuidado, chega a hora de entregá-lo para outra pessoa , e bate aquela insegurança . Será que ele será bem cuidado até o final de sua vida?

Nunca teremos como garantir isso 100% , mas podemos aumentar as chances de uma adoção bem sucedida, se observarmos alguns detalhes . Segue um pequeno guia para ajudar na hora de escolher um adotante :



- Peça documentos como RG, endereço e telefone do adotante e inclua no termo de responsabilidade como esse ou esse aqui , onde o futuro adotante se compromete a cuidar do bichinho e em último caso , devolvê-lo a você .

A CONVERSA

Antes de realizar a adoção, você precisa conhecer o candidato . Uma boa conversa é o mínimo que deve ser feito para saber as intenções do interessado:

- Pergunte o motivo pelo qual ele quer o animal . Algumas pessoas querem um animal para companhia, amar e cuidar. Outras querem para alguma utilidade, como procriação, guarda, para dar de presente , ou mesmo por impulso . Descubra as reais razões do interesse pelo cão ou gato , e lembre-se : doe o animal já castrado.

- Veja se a pessoa está ciente do quanto custa manter um animalzinho. Mesmo que adotar seja de graça, um animal trará muitos custos com alimentação, vacinas, tratamento veterinário, banhos …

- Observe como a pessoa trata o animal na sua frente . Ela pega com cuidado? Tem nojo? Alguns comportamentos não-verbais podem indicar se a pessoa está sendo sincera com você.

- Pergunte sobre o histórico dos animais que a pessoa já teve, se for o caso. Já teve animal que morreu ? Morreu de quê ? Veja se ela tem o hábito de levar seus animais ao veterinário quando adoecem , muita gente simplesmente não leva e deixa o animal agonizar até morrer.

- Conheça os hábitos da família , e tente decobrir como será a rotina do animal. Uma família que fica fora de casa o dia todo não vai se adaptar com um animal muito ativo, por exemplo ( ele vai cavar buracos e roer coisas,e eles não irão gostar disso). O perfil da família tem que coincidir com o perfil do animal . A família pode ser ótima, mas se levar o animal com um perfil incompatível com o estilo de vida deles , a situação pode ficar difícil para ambos . Além disso, toda a família tem que estar de acordo e ciente da adoção . Nada de ” minha mulher não gosta de cães, mas vou levar mesmo assim” . Isso nunca dá certo e quem paga é o animal !

- Pergunte sobre o local onde o animal vai ficar . Melhor ainda, visite o local e veja com seus próprios olhos , para ter certeza. Tem portões e muros? Tem abrigo do sol , chuva , vento e frio? O animal vai ficar preso ? Se o local não for apropriado, oriente o candidato a fazer algumas adaptações , combine um prazo e retorne ao local para ver se as mudanças foram feitas. Se ele realmente estiver interessado e puder cuidar do animal , ele irá se adaptar. Caso contrário, nada feito ! - Não omita ( nem minta) ! Informações importantes sobre o animal devem ser compartilhadas. Late muito? Não late? Vai crescer muito? Vai ficar pequeno ? Muita gente ( infelizmente) devolve o animal por motivos mais banais ( como o fato de não latir, ou latir demais), então não deixe a pessoa levar o cão sem saber em quais aspectos ele deve ser educado , ou como é o comportamento dele . Cansei de ver protetor tentando ” empurrar” um animal para algum adotante , mascarando ou omitindo fatos importantes sobre o animal . Isso é péssimo e não vai dar certo - uma hora o adotante vai perceber que foi enganado , e adivinhe quem paga o preço? O cachorro, como sempre.

- Não se deixe levar pelas aparências. Tem muita gente rica que literalmente larga seus animais no quintal e nem sabem se estão vivos , assim como muitas pessoas humildes cuidam e amam seus animais . Em uma conversa você descobre a real intenção da adoção . O importante não é quanto a pessoa tem , mas o quanto ela está disposta a dar.


" então ... o que o faz pensar que eu iria querer você?"
DEU TUDO CERTO ATÉ AQUI ?

Ótimo ! Você tem um bom candidato à sua frente e resolveu que ele pode ser responsável por essa outra vidinha . Passe todas as orientações necessárias como : alimentação, medicamento, veterinário, vacinas, comportamento, passeios, educação … É sempre bom entregar alguns folhetos explicativos, deixe preparado antecipadamente . Deixe também seus telefone para contato , caso o adotante tenha alguma dúvida ou problema .

APÓS A ADOÇÃO

- Mantenha contato com o adotante para saber como andam as coisas. Se perceber que algo está estranho, provavelmente é porque tem algo errado. Visite o animal e veja o estado em que ele se encontra .Se a pessoa assinou o termo de responsabilidade, ela deverá permitir que você leve o animal de volta caso julgue necessário.

DICA QUE NUNCA FALHA: siga sua intuição . Mesmo depois de toda a conversa , se o seu coração fica apertado em pensar na doação para a pessoa X , NÃO DOE ! Raramente nossa intuição está errada, e você tem o direito de negar a adoção sem qualquer motivo aparente , afinal você é o responsável pela vidinha que está tentando salvar, e deve encaminhá-la como achar melhor, independende do que digam e do que falem ! Siga seu coração e dificilmente você se arrependerá !

Agradecimentos: Rosa Belli, que me ajudou a lembrar de tantos detalhes para esse post ! Se alguém se lembrou de mais algo a se observar nesse momento tão importante , por favor acrescente nos comentários !

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